No blog de hoje vamos mergulhar no fascinante mundo do treinamento com eletroestimulação (EMS). Este método revolucionário está ganhando popularidade rapidamente no mundo do fitness devido aos seus benefícios promissores. Mas o que é exatamente e como funciona? Vamos descobrir!
Em que consiste o treino de eletroestimulação?
O treinamento de eletroestimulação envolve o uso de um dispositivo EMS que envia impulsos elétricos aos músculos para causar contrações musculares poderosas, imitando os sinais que vêm dos neurônios motores do cérebro. Esses impulsos elétricos permitem que os músculos trabalhem e ativem as fibras musculares mais internas, resultando em uma contração muscular intensa. Graças ao treino de eletroestimulação, trabalhamos os músculos a um nível de intensidade que seria difícil de alcançar apenas com exercícios convencionais.
O sistema de treinamento por eletroestimulação Wiemspro amplifica os efeitos da sua rotina de exercícios com apenas 2 sessões de 20 minutos por semana.
Quantas sessões de treino de eletroestimulação são recomendadas por semana?
Ir à academia até quatro vezes por semana, treinar mais de uma hora por dia e não obter os resultados que você busca: seja perder peso, ganhar massa muscular ou tonificar. Parece familiar para você?
“Com um treino de eletroestimulação correto você pode converter seu treino diário moderado em treino de alta intensidade”.
Ficamos frustrados quando, depois de dedicar tanto tempo ao treino diário, não conseguimos obter os resultados que pretendemos, nem os objetivos que nos propusemos.
A chave não é quanto tempo dedico ao meu treino, mas sim “como torno o meu treino mais eficiente”. O treino de eletroestimulação potencializa o seu treino aumentando o gasto energético, o consumo de oxigênio e outros fatores fisiológicos para que você obtenha o máximo desempenho em cada sessão. Portanto, com um treino de eletroestimulação correto você pode converter seu treino diário moderado em treino de alta intensidade. Dois dias de treino de eletroestimulação de 20 a 45 minutos por semana serão suficientes para apreciar os resultados incríveis.
Como o treino de eletroestimulação afeta o metabolismo
Para começar, temos que levar em conta o que é metabolismo? O metabolismo abrange uma série de processos físicos e químicos que ocorrem nas células e é responsável por converter os nutrientes dos alimentos que ingerimos em energia e combustível para a nossa vida diária. Os alimentos que consumimos são medidos em calorias, e quando consumimos mais calorias do que o necessário, ou não queimamos toda a energia que ingerimos, elas se acumulam em forma de gordura.
Treino de eletroestimulação metabólica
Quando não estimulamos corretamente o nosso corpo com hábitos diários, tendemos a acumular gordura e a perder energia e saúde gradativamente, tanto que às vezes não percebemos até que seja tarde demais. Um bom treino metabólico irá ativar o seu metabolismo, mas como ativamos o nosso metabolismo? A chave está na intensidade que damos ao nosso treino.
Exercícios de alta intensidade
Antes de realizar exercícios de alta intensidade, dois fatores devem ser levados em consideração:
- Técnica do exercício: Fique atento à técnica que engloba os movimentos para evitar o risco de lesões.
- Intensidade adequada: Acostumar e educar nosso corpo para trabalhar em altas intensidades, ou seja, não parar o exercício antes da hora. Devemos tomar consciência do exercício e atingir uma intensidade adequada para atingir nossos objetivos.
O treino de intensidade baixa ou moderada produz uma adaptação menor e mais lenta do que o treino com eletroestimulação, que combina intensidades moderadas e altas.
A eletroestimulação pode converter um treino de intensidade baixa ou moderada em um treino intenso mesmo realizando exercícios extremamente simples, fáceis de executar e sem risco de lesões. O treino por eletroestimulação oferece uma forma inovadora de melhorar os resultados do exercício, estimulando os músculos de forma controlada para maximizar o desempenho e a recuperação.
O treino de eletroestimulação é seguro?
O treino de eletroestimulação pode ser seguro se feito corretamente e com a supervisão de um profissional treinado. No entanto, é vital levar vários fatores em consideração:
- Considerações médicas: Pessoas com certas condições médicas, como doenças cardíacas, epilepsia, câncer, distúrbios de coagulação sanguínea ou que possuem implantes eletrônicos (como marcapassos) devem evitar o treinamento com eletroestimulação. As mulheres grávidas também devem abster-se de usar esta tecnologia de treinamento.
- Uso adequado do equipamento: Um dispositivo de eletroestimulação deve ser utilizado corretamente para garantir a segurança. Isso inclui seguir as instruções do fabricante sobre onde colocar os eletrodos, quanto tempo usar o dispositivo e quanto tempo descansar entre as sessões.
- Supervisão profissional: A supervisão de um treinador ou fisioterapeuta treinado pode ajudar a garantir que a eletroestimulação seja usada corretamente e que os riscos de lesões sejam minimizados. Também pode ajudar a maximizar os benefícios do treinamento com eletroestimulação.
- Possíveis efeitos colaterais: Embora a maioria das pessoas possa usar a eletroestimulação com segurança, algumas podem apresentar efeitos colaterais, como irritação ou queimação na pele. Existe também o risco de overtraining, que pode causar fadiga, dores musculares e, em casos graves, lesões.
Em resumo, o treino de eletroestimulação pode ser seguro para muitas pessoas se for realizado de forma correta e responsável.
Existem contra-indicações para o treino de eletroestimulação?
Sim, existem contra-indicações ao uso da eletroestimulação nos treinos e é importante levá-las em consideração para garantir a segurança. As principais contra-indicações são:
- Doenças cardíacas e vasculares: Pessoas com problemas cardíacos, incluindo portadores de marca-passos e outros dispositivos implantáveis, devem evitar o uso de eletroestimulação nos treinos, pois pode interferir nesses dispositivos e aumentar o risco de distúrbios cardíacos.
- Gravidez: O uso de eletroestimulação não é recomendado durante a gravidez, principalmente no abdômen e região lombar.
- Epilepsia: Pessoas com epilepsia devem evitar a eletroestimulação, pois pode desencadear convulsões.
- Distúrbios de coagulação sanguínea: Pessoas com distúrbios de coagulação sanguínea, como hemofilia, devem evitar a eletroestimulação devido ao risco de sangramento.
- Infecções cutâneas ou feridas abertas: Áreas com infecções cutâneas ou feridas não devem entrar em contato com os eletrodos do dispositivo de eletroestimulação.
- Condições neurológicas: Pessoas com certas condições neurológicas devem evitar a eletroestimulação, a menos que seja prescrita por um médico.
Lembre-se, se você tiver algum problema de saúde, é importante consultar um médico antes de iniciar qualquer nova forma de treinamento, incluindo treino de eletroestimulação.
Como é realizado o treino de eletroestimulação?
A eletroestimulação (NMES) recruta unidades motoras de alto limiar e melhora a glicólise. Graças a isso conseguimos maior eficácia com a eletroestimulação muscular, pois ativamos os músculos de forma mais intensa e aumentamos o gasto energético durante o exercício.
Além disso, com a seleção dos programas de eletroestimulação indicados, podemos potencializar a obtenção de energia por oxidação de nutrientes, ou por outros meios mais relacionados à força ou potência. É importante entender que isso ocorre mesmo quando se realiza um exercício simples em baixa velocidade. O programa e o colete de eletroestimulação são responsáveis por ativar diversas fibras musculares, potencializando algumas vias de obtenção de energia ou outras.
A combinação de eletroestimulação e exercício voluntário de baixa intensidade aumenta o consumo de energia aeróbica e energia anaeróbica, tornando o treinamento convencional mais eficiente do que o treino de eletroestimulação ; e permite melhorar a sua condição física e nível desportivo.
Estudo de caso: Como potencializar um treino de eletroestimulação
Vamos resumir um estudo cujo objetivo foi investigar as respostas metabólicas e a fadiga muscular durante o uso da eletroestimulação de corpo inteiro.
Treze homens jovens saudáveis participaram deste estudo. Os sujeitos não realizavam regularmente treinamento de resistência ou força, nem participavam de eventos esportivos competitivos. Ou seja, eram pessoas que não estavam acostumadas a treinar.
Dito isto, as medições foram feitas em três situações diferentes:
- Exercício voluntário: 15 minutos de calistenia (exercícios em que se mobiliza o peso do próprio corpo, sem material)
- Eletroestimulação de corpo inteiro (WB-EMS) sem exercício voluntário: Utilizando programa de 20 Hz com 4 segundos de trabalho e 4 segundos de descanso. Um programa de 2 Hz foi utilizado para aquecimento e desaquecimento. A intensidade da eletroestimulação foi ajustada para produzir uma contração muscular clara, mas não incômoda.
- Combinação de ambos os métodos (exercício voluntário + WB-EMS): Utilizando os mesmos parâmetros de onda do grupo anterior.
Rotina de treino de eletroestimulação
Todos os dias foi realizado exatamente o mesmo treinamento voluntário, na mesma intensidade de exercício. Um dia foi feito sem eletroestimulação (V), outro dia foi feito eletroestimulação sem exercício voluntário e outro dia foi feito treinamento com eletroestimulação (VE).
Entre cada tipo de treino eles descansaram pelo menos 48 horas. A seguir, em cada um desses 3 dias foi medido:
- Concentração de lactato sanguíneo: Um indicador da intensidade do exercício.
- Força muscular no início e no final de cada treino: Isso nos ajuda a saber o grau de fadiga (cansaço) gerado pelo treino. Quanto maior a diferença entre a força muscular no início e no final da sessão, maior será a fadiga gerada. A contração muscular voluntária máxima (CVM) foi o método escolhido para determinar essa variável.
- Espirometria durante o exercício: Análise dos gases inspirados e expirados durante o exercício. Isto permite-nos saber exatamente quanto oxigénio consumimos, quanto dióxido de carbono exalamos e calcular a taxa de oxidação de nutrientes durante o exercício.
Parâmetros de onda usados
Os parâmetros de onda utilizados na eletroestimulação foram onda bifásica, quadrangular e compensada, com frequência de 20 Hz e largura de pulso de 100 µs.
O ciclo de trabalho foi de 4 segundos de impulso elétrico e 4 segundos de descanso.
Além disso, foi aplicada uma frequência de 2 Hz durante o aquecimento e nos intervalos. A intensidade foi aplicada em um limiar motor sem atingir o limiar de dor (clara contração muscular, mas permitindo a realização normal dos exercícios).
Durante a intervenção do grupo EV, os tempos de contração e relaxamento da eletroestimulação (4s/4s) foram sincronizados com o exercício voluntário. Portanto, as pessoas realizavam o exercício sentindo as contrações musculares da eletroestimulação e descansavam entre as contrações.
*Nota explicativa: No primeiro dia do estudo os participantes foram familiarizados com os exercícios e eletroestimulação. Eles aprenderam os exercícios de treinamento e todos os parâmetros descritos foram medidos para ter a referência inicial. Em seguida, eles foram familiarizados com a eletroestimulação e foram escolhidas as intensidades elétricas que utilizariam no estudo. Este processo garante que as diferenças entre as medidas de cada dia não se devam ao nervosismo da pessoa ou ao seu nível de controle do exercício.
Resultados e conclusão
Ao analisar os resultados deste estudo, vemos que no treino de eletroestimulação há um aumento nos parâmetros:
Gráfico 1- Aumentos significativos no consumo de energia e oxigênio durante o treino de eletroestimulação e exercício calistênico.
Gráfico 2– Aumento significativo do lactato sanguíneo durante o treinamento combinado. Isso mostra que a atividade das fibras rápidas e da glicólise aumentou.
- Gasto energético e consumo de oxigênio em relação à massa corporal no grupo que utilizou treinamento ems. Portanto, eles consumiram mais calorias, incluindo eletroestimulação, embora o treinamento fosse exatamente o mesmo
- A relação de troca gasosa respiratória (RER) durante os grupos E e VE foi maior que o grupo V. Isso significa que sua taxa de oxidação de nutrientes foi maior durante o treinamento de eletroestimulação.
- A concentração de lactato sanguíneo do grupo eletroestimulação foi significativamente maior no treinamento convencional. Isso indica que a intensidade do exercício no nível metabólico foi claramente maior ao incluir a eletroestimulação.
Resultados de Treino de eletroestimulação
Estes resultados sugerem que o treino de eletroestimulação melhora a resposta metabólica a um nível equivalente ao exercício de alta intensidade quando se exercita cuja carga fisiológica corresponde a uma intensidade baixa-média.
Esse tipo de metodologia de treinamento seria útil para pessoas que não podem realizar exercícios de alta intensidade que exigem um alto limiar metabólico, como pacientes com diabetes mellitus tipo 2 ou idosos.
Esses resultados também são úteis em pessoas que já treinam em altas intensidades.
Atualmente estamos realizando testes muito interessantes em nosso laboratório Wiems Lab em colaboração com a Universidade de Granada.
Muito em breve, mostraremos todos esses resultados em detalhes e os explicaremos de maneira simples. Fique ligado!